Uma boa manhã
Outra manhã seca Cinza, tola e sem ar Outra semana idêntica Com a vida em círculos Voltas no mesmo lugar
Turbilhão que me sufoca Sem direção, sem consciência Sem forças e sem ar Começa outra manhã. Cinza, tola, idêntica Seria uma boa manhã para me matar.
Escrito por Agg às 11:33:30
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Quanticamente
Me acho no tempo, espaço! Verdade, realidade? Sou partícula!
Não mais, viajo! Sou onda! Onde estou?
Olho fixo! Escolho a possibilidade, Sou partícula Presa no crucifixo do tempo espaço,
Sonho! Sou onda, Em todo lugar Somos eus, Em nenhum lugar,
Sinal particular, Não, não escolho, Prefiro ser deus sob o luar.
Escrito por Agg às 14:15:45
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Recomeços
Venho devagar como uma marola Ergo-me na incerteza Ganho força Mas me desfaço na areia Sem dor, sem ressentimentos Calmamente, Sei quer tudo tem início, meio e fim... E recomeços!
Escrito por Agg às 15:29:08
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Medo
Que medo das palavras, dilaceradas e perdidas no todo, sem arranjo, sem vida, sem nexo.
Que medo do recomeço, sem rumo, sentido ou mundo, a dor passa, a ferida fica.
Que medo, que nada, A vida continua, com ou sem rumo, só me resta um bom trago, algum afago.
C'est la vie!
Escrito por Agg às 12:15:52
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A Pedra
Esse texto não é meu, é mais um daqueles que vocês recebe na internet e não sabe quem é o autor, mas como gostei, resolvi publicar aqui no meu cantinho!
A Pedra O distraído nela tropeçou; O bruto a usou como um projétil; O empreendedor, usando-a, construiu; O camponês, cansado da lida, dela fez assento; Para as crianças foi brinquedo; Drummond a poetizou; Com ela Davi matou Golias; O artista fez dela a mais bela escultura... Em todos os casos, a diferença não era a pedra, mas sim o homem!
Escrito por Agg às 10:54:58
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Que sono!
Que sono!
Sonolento como uma preguiça Chega devagar, me deixa catatônico Não sei o que fazer Aperto minhas mãos Esfrego minha testa continuo paralisado o feitiço parece aumentar toco uma música calma e me entrego ao topor me envolve me mata aos poucos para despertar mais forte na próxima manhã!
Escrito por Agg às 11:25:51
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Procura-se um Sol
Sol da vida, Sopro de prana, Move o mundo
Amanhã
Sol da morte, Sopro quente, Varre o mundo
Sol em pedaços Explodiu Lançou Sumiu do espaço
Terra sem eixo Mundo sem centro Sai pela tangente Terra azulada Agora és cinza Congelada
Não há manhãs nem amanhãs O poente se foi
Procura-se um Sol.
Escrito por Agg às 09:04:39
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Hectacombe
Sapos aleijados rastejam pelo chão Ruas desertas Cobertas de escombros Plúmbeos corpos reluzem Aos raios de sol que Insistem em atravessar a camada de poeira Hectacombe nuclear, uma luz, abriram a caixa de pandora Quem viu, não mais vê, Quem sentiu, não mais sente, Não há barulho, e sim, lamentações murmuradas moribundos aos pedaços, atravessados em lajes, fundidos ao chão Examino um deles relógio rederretido no pulso marcando a hora exata 9:17 Acabou o mundo Um corpo a frente Parece familiar Olho para ele Semblante em paz Tranquilidade na tragédia Cai a máscara Eu estou lá, desfigurado Não tem ninguém, todos mortos, eu, você e ele Todos iguais, sem carne e sem cor!
Escrito por Agg às 12:11:24
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Alvo Papel
Alvo papel Invadido por letras insossas Dedo de prosa Dedo de moça
Já és verso Formas rimas ou não Medes o tempo da ação Perdes o fio da meada
Caos de palavras Caídas no abismo Mais uma folha arrancada Amassada Jogada E calada No cesto de lixo.
Escrito por Agg às 11:26:29
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Ontem a noite olhei o céu
Ontem a noite olhei o céu Quando menino olhava mais Via estrelas Tentava contar Via desenhos Discos-voadores Estrelas cadentes até Monstros e deuses
Ontem a noite olhei o céu Sabe o que vi? Estrelas em desenhos Cadentes ou não Discos-voadores Vi mais monstros e menos deuses
E sabe o que mais O céu sempre esteve lá O que faltava Era um olhar.
Escrito por Agg às 09:56:17
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Um minuto
Um minuto É tudo que peço Não preciso mais Não me interessa menos São sessenta segundos Nesse tempo curto Falo minhas verdades Escuto suas mentiras Nesse tempo mudo Lanço minhas mentiras Colho suas verdades. O que importa? Só temos um minuto!
Escrito por Agg às 09:40:17
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Mira a Morte
No começo nada havia Mas ela se formou Com o passar do dia Ela se aconchegou Começou o burburinho Parecia uma festa E ela engordou apertou aqui, apertou ali E ela se transformou De cordão em corda De corda em cabo De cabo em horda Não calou Seguiu então a horda maldita no começo tão bendita gastando os segundos da vida Na frente a horda Há tempo de sobra Cala e segue gastando os últimos segundos de vida ruma sem prumo mas com certeza mira a morte.
Escrito por Agg às 11:05:33
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Quero ver o artifício dos fogos Anunciar um novo ano Mais um, de vários já vividos e de outros que estão por vir
O que o torna diferente dos outros? É o momento vivido, o presente Não é o futuro longínquo Ou o passado remoído São as oportunidades do agora Esse é o verdadeiro presente
Por isso Feliz Ano Novo Com todas as oportunidades Que ele trará!
Férias de mentira - volto logo
Escrito por Agg às 12:23:30
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Quem está?
Presente no ar Na terra, no mar Dentro de crianças adultas, De velhos, padres e putas Doentes febris Pães, doces e frutas Em atletas formosos Animais asquerosos
Muda de cor Escorre entre areia e britas Escapa em vapor Imita formas
Água bendita.
Escrito por Agg às 12:26:27
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Estou ateu,
Se doer que doa por si Profunda e calmamente.
Sem culpados ou razões divinas Sem códigos ou conchavos Sem símbolos ou exemplos.
Cansei,
Pregações sem fim com exemplos retóricos Diria impróprios, por fim,
Estou ateu.
Escrito por Agg às 11:03:46
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